A Páscoa

Você sabe quem é a deusa Eostre ou Ostara? Sabia que a Páscoa que comemoramos hoje, fora dos ambiêntes da igreja, fazem menção a esta deusa? Se você quer saber mais sobre isso, leia este artigo e você vai descobrir que há muitas coisas que tentam desvirtuar as verdades divinas e substituí-las por mitos de criaturas que nunca existiram.

Apesar de o Cristianismo ter surgido à partir do Judaísmo, o significado da páscoa cristã é diferente, pois relembra os três dias da morte até a ressurreição de Cristo. A ressurreição de Cristo é um dos principais pilares da fé cristã, o que evidencia a importância dessa festa no calendário da religião.

Como surgiu a Páscoa

Na época da escravidão hebraica no Egito, Deus levantou um libertador. Seu nome era Moisés, um príncipe do Egito de sangue hebreu. Ele foi adotado pela filha de faraó quando foi tirado do rio Nilo. Ao se tornar adulto e observar o sofrimento dos hebreus, sentiu-se coagido e, por provisão divina, veio a conhecer sua verdadeira família, tendo ciência de que era hebreu.

Moisés viveu na terra de Midiã por vários anos e lá teve sua primeira experiência com Deus, onde foi revelado seu chamado como libertador do povo (Êxodo 3). Ele então retorna ao Egito e leva a mensagem a Faraó para que liberte o povo, mas Faraó se recusa. Então Deus envia as 10 pragas, sendo que a última praga era a morte dos primogênitos.

Antes de acontecer a última praga, Deus ordena que seja feito um sacrifício de um cordeiro (Êxodo 11). Os hebreus deveriam passar o sangue do animal nos umbrais das portas das casas, e quando o anjo passasse sobre a casa que tivesse a marca do sangue, a morte não chegaria.

"E aquele sangue vos será por sinal nas casas em que estiverdes; vendo eu sangue, passarei por cima de vós, e não haverá entre vós praga de mortandade, quando eu ferir a terra do Egito." Êxodo 12:13

A palavra hebraica para Páscoa é Pêssarch (lê-se pêssarr), que significa "passar por cima". Ou seja, o termo denota que o anjo "passou por cima" das casas que tinham a marca do sangue sem afetá-las. Deus ainda, no mesmo texto, orienta que este sacrifício se tornasse um memorial perpétuo, para que o povo sempre se lembrasse do que Deus fez com o povo no Egito e de sua aliança.



Qual a diferença entre a Páscoa Judáica e a Páscoa Cristã

Para o judeu ortodoxo (isso exclui o judaísmo messiânico), só há uma aliança, ou seja, aquela que Deus fez com o povo na época de Moisés. Para eles, ainda há a necessidade do sacrifício de um cordeiro. Contudo, para o cristianismo e também para o judaísmo messiânico, Jesus Cristo desempenha o papel do cordeiro que deveria ser sacrificado para nos livrar da morte. Não apenas da morte física, mas também da morte eterna. Com a marca do sangue de Cristo, somos livres dessa morte.

A páscoa contemporânea

Na tradição cristã católica, a Páscoa encerra a Quaresma, que é basicamente um período de quarenta dias marcado por jejuns. A última semana da Quaresma, chamada de Semana Santa, é iniciada pelo Domingo de Ramos, que marca a entrada triunfal de Cristo em Jerusalém; passa pela Sexta-feira da Paixão, que faz referência à morte de Cristo; e é finalizada no Domingo de Páscoa, que celebra a ressurreição de Cristo.

A data da Páscoa foi instituída pela Igreja durante o Concílio de Niceia, em 325 d.C. A Igreja determinou que a primeira lua cheia após o equinócio de primavera seria a data para iniciar-se a comemoração da Páscoa. O equinócio marca o início da primavera no hemisfério norte.

Elementos pagãos na Páscoa

O cristianismo, em geral, durante o processo de conversão de povos germânicos pagãos, apropriou-se de inúmeras tradições desses povos. A Páscoa, sobretudo no hemisfério norte, possui algumas associações com tradições pagãs. Alguns historiadores relacionam a Páscoa com o culto à deusa germânica Eostern (ou Eostre), também chamada de Ostara. O termo Páscoa em inglês e alemão, inclusive, muito provavelmente tem sua origem baseada nessa deusa. Veja:

  • Easter, o termo em inglês para a Páscoa (perceba a semelhança com o nome “Eostern”);
  • Ostern, o termo em alemão para a Páscoa (perceba a semelhança com o nome “Ostara”).

As festas que ocorriam entre povos germânicos e celtas para essa deusa eram realizadas na mesma época da festa cristã. Com a cristianização desses povos, a tradicional festa pagã misturou-se com a comemoração cristã, pois ambas aconteciam no mesmo período. Também se atribuem os símbolos da Páscoa – o coelho e os ovos – a elementos pagãos. Acredita-se que ovos e coelhos eram vistos por povos na antiguidade como símbolos da fertilidade. Assim, à medida que esses povos foram cristianizados, esses elementos foram absorvidos pela festa cristã. A tradição de enfeitar os ovos e escondê-los teria chegado ao continente americano por meio de imigrantes alemães no século XVIII.



Quem era Eostern / Ostara ?

O nome Eostern ou Ostara, como também a deusa é chamada, tem origem anglo-saxã, provinda do advérbio ostar, que expressa algo como "Sol nascente" ou "Sol que se eleva". Muitos lugares na Alemanha foram consagrados a ela, como Austerkopp (um rio em Waldeck), Osterstube (uma caverna) e Astenburg. Eostre estava relacionada à aurora e, posteriormente, associada à luz crescente da primavera, momento em que trazia alegria e bênçãos à Terra. Por ser uma deusa um tanto obscura, muito do que se sabia sobre ela foi perdido ao longo do tempo. Sendo assim, descrições, mitos e informações sobre ela são escassos.

Seu nome e funções têm relação com a deusa grega Eos, deusa do Amanhecer na mitologia grega. Alguns historiadores dizem que ela é meramente uma das várias formas de Frigg (deusa indo-europeia – esposa de Odim), ou que seu nome seria um epíteto para representar Frigg em seu aspecto jovem e primaveril. Outros pesquisadores a associam a Astarte (deusa fenícia) e Istar (deusa babilônica), devido às similaridades em seus respectivos festivais da primavera. Dizem as lendas que Eostre tinha uma especial afeição por crianças. Onde quer que ela fosse, elas a seguiam, e a deusa adorava cantar e entretê-las com sua magia. Um dia, Eostre estava sentada em um jardim com suas tão amadas crianças, quando um amável pássaro voou sobre elas e pousou na mão da deusa. Ao dizer algumas palavras mágicas, o pássaro se transformou no animal favorito de Eostre, uma lebre. Isto maravilhou as crianças. Com o passar dos meses, elas repararam que a lebre não estava feliz com a transformação, porque não mais podia cantar nem voar.

As crianças pediram a Eostre que revertesse o encantamento. Ela tentou de todas as formas, mas não conseguiu desfazer o encanto. A magia já estava feita e nada poderia revertê-la. Eostre decidiu esperar até que o inverno passasse, pois nesta época seu poder diminuía. Quem sabe quando a Primavera retornasse e ela fosse novamente restituída de seus poderes plenamente, pudesse ao menos dar alguns momentos de alegria à lebre, transformando-a novamente em pássaro, nem que fosse por alguns momentos.

A lebre assim permaneceu até que então a Primavera chegou. Nessa época, os poderes de Eostre estavam em seu apogeu e ela pôde transformar a lebre em um pássaro novamente, durante algum tempo. Agradecido, o pássaro botou ovos em homenagem a Eostre. Em celebração à sua liberdade e às crianças, que tinham pedido a Eostre que lhes concedesse sua forma original, o pássaro, transformado em lebre novamente, pintou os ovos e os distribuiu pelo mundo. Eostre assumiu vários nomes diferentes, como Eostra, Eostrae, Eastre, Estre e Austra. É considerada a deusa da Fertilidade plena e da luz crescente da Primavera.

fonte: https://pt.wikipedia.org/wiki/Eostre. Acesso: 05 de abril de 2023

A cultura dos ovos de chocolate e coelho são completamnete opostos ao verdadeiro sentido da Páscoa e são diretamente ligada à deusa, e nada tem a ver com ressurreição ou libertação. Os ovos de chocolate são para chamar a atenção das crianças e também de adultos que gostam do produto, e o coelho (que, à propósito, não bota ovos!) era o animal favorito da deusa. Em nota pessoal, eu acredito que seja uma grande falta de gratidão anular o memorial da Páscoa para celebrar uma festa que não envolve em nada o que ela significa.

Quero enfatizar também que, mesmo que você conheça e valorize o verdadeiro sentido da Páscoa, ao comprar ovos de chocolate, indiretamente você contribui para que cada vez menos pessoas entendam o verdadeiro significado da Páscoa e seu propósito se torne banal. Se quiser constatar isso, pergunte às crianças sobre a Páscoa e observe quantas vão relacionar a Páscoa aos ovos de chocolate e quantas vão relacionar a Páscoa a Jesus. A valorização e conscientização do verdadeiro sentido da celebração dependem de nossa contribuição. É nossa responsabilidade reduzir esse paganismo que tem entrado inclusive dentro de nossas igrejas.

Conclusão

O que foi realmente a Páscoa então? Obviamente, foi algo muito maior do que os mitos de uma deusa que nunca existiu e de fatos que nunca aconteceram. A Aliança que Deus fez com o povo hebreu ainda na época de Moisés, que foi renovada e ampliada através do sacrifício de Jesus Cristo, isso foi um fato. Não há magia, não há invenções, mas, para distorcer o que Deus fez pela humanidade, a própria humanidade despreza, se apegando a crenças cuja origem desconhecem.

Na Páscoa, deve-se reunir família e/ou amigos, jantar com eles e contar na mesa sobre a Aliança que Deus fez, lendo os textos bíblicos que narram ambas as histórias, fazendo as crianças entenderem o real sentido da Páscoa, tanto na primeira, com Moisés, como na Nova Aliança através de Yeshua - Jesus, que nos libertou para sempre. Isso é um memorial ou seja, algo que traz à memória.

Lembre-se: o sacrifício de Jesus na cruz foi por você também. Não há nada como receber algo assim. Você recebeu uma dádiva sem fazer absolutamente nada para merecê-la. Seja grato por isso. E que isto fique para nossa meditação:

"Porque Deus amou ao mundo de tal maneira, que deu seu único Filho, para que todo aquele que Nele crer não pereça, mas, tenha a vida eterna" João 3:16

Que Deus te abençoe. Feliz Páscoa!

Por Rogério Filho

Um comentário:

Rev. Silas - 5ª IPVR. disse...

Parabéns pela esplêndido texto que elucida a origem pagã dos ovos de Páscoa e o real sentido da Páscoa.