Worship - Estilo musical ou padrão de culto?

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Introdução

Hoje, há um grande número de pessoas que se identificam com o "estilo" musical Worship, mas muitos não têm a menor ideia do que realmente é. A maioria das pessoas com as quais conversei entende o Worship como um estilo musical de músicas mais lentas. No entanto, diferente do que se pensa, Worship não é um estilo musical, mas sim um conjunto de técnicas aplicadas à música e ao momento de louvor, que seguem determinados padrões e podem ser aplicadas nos diversos estilos musicais. Podemos ter um momento de louvor "Worship" do rock ao soul, mas, independentemente do estilo musical que esteja sendo tocado, vários padrões se repetirão, como momentos espontâneos, várias repetições de estrofes e refrões, etc. Neste artigo, vamos aprofundar um pouco mais no assunto.

Origem

Quando as igrejas americanas e inglesas começaram a se tornar referências musicais, surgiu o estereótipo da "música gospel", que denotava a música cristã evangélica (Gospel é uma contração do inglês "God's Spell", que literalmente significa "Palavra de Deus"). Muito mais antigo do que se imagina, o Gospel teve início especialmente no Blues, envolvendo grandes corais que explodiam em potentes vocais, resultando no gênero "Blues Gospel", que se tornou muito famoso nos Estados Unidos e na Inglaterra, ainda na década de 30. Alguns filmes americanos mostram corais deste tipo cantando em igrejas.

No Brasil, devido à baixa qualidade de gravação e a alguns conceitos equivocados em relação ao "ritmo de Deus"¹ por parte da igreja, a música gospel cresceu lentamente. Somente na década de 80 é que ela teve alguma relevância no mercado musical, com grandes compositores como Adhemar de Campos, Asaph Borba, João Alexandre, Wilson Santos e outros. Mesmo assim, ela teve pouca relevância, porque além da escassez de gravações, também havia poucas rádios exclusivamente evangélicas para divulgar esses artistas. Uma das rádios evangélicas mais famosas no início da década de 90 era a rádio carioca "Melodia".

¹Antigamente, se acreditava que os louvores deveriam ser cânticos tocados apenas com alguns tipos de instrumento, que guitarras e percussão era uma profanação do louvor, etc. Os estilos musicais que eram fora desses padrões não eram considerados músicas de Deus. Muitos acreditavam que estilos musicais como rock, blues, celta eram do diabo.

Com o crescimento da internet no Brasil em meados da década de 90 e o surgimento do site YouTube no início dos anos 2000, as informações musicais começaram a ficar mais acessíveis, além disso, houve um aumento significativo nas rádios evangélicas FM, mas apesar disso já não era tão necessário ouvir exclusivamente uma rádio evangélica para conhecer novas tendências, já que agora, a maioria buscava suas músicas na internet. Grandes compositores, bandas e ministérios começaram a ser conhecidos pelo mundo devido à nova tecnologia. Tanto os músicos famosos quanto os menos conhecidos deixavam sua marca acessível por meio desses canais, o que proporcionou um avanço mais rápido na evolução do movimento musical chamado música gospel. Além disso, o desenvolvimento tecnológico de equipamentos musicais permitiu o surgimento de vários home studios de alta qualidade, possibilitando gravações bem mais baratas com uma qualidade superior à normal para a época. Com o volume de gravações aumentando, vários novos talentos foram aparecendo no cenário musical evangélico e vários destes, se tornaram muito evidentes depois de pouco tempo.

Voltando à década de 90, a música gospel estava crescendo no Brasil, e uma igreja se tornou um ícone: a Igreja Renascer em Cristo (São Paulo) e seu ministério de louvor Renascer Praise. Com letras tocantes, arranjos com harmonias muito bem trabalhadas, arranjos vocais e instrumentais muito bem feitos, a música desse ministério chamou a atenção tanto do meio cristão evangélico como do meio secular, sendo considerada a explosão do gospel no Brasil. Também dessa igreja surgiram bandas de grande relevância, como as bandas Oficina G3, Resgate, Katsbarnea e outras. Os eventos promovidos por essa igreja, como o famoso "S.O.S. da Vida", que trazia bandas nacionais e internacionais de diversos estilos, incluindo bandas como Bride e WhiteCross, e cantores como Michael W. Smith, Amy Grant, Ron Kenoly, entre outros. Essa igreja também tinha programas de televisão na extinta Rede Manchete. Esses programas transmitiam tanto cultos como programas de entretenimento, como o "Clipe Gospel", que era um programa musical semelhante à MTV, transmitindo clipes musicais exclusivamente de bandas cristãs evangélicas. Tudo isso fez com que a música evangélica (gospel) tivesse uma divulgação em massa e crescesse exponencialmente. Em menos de uma década, a música gospel já se tornara popular dentro e fora das igrejas. Outros cantores, como a até hoje famosa Aline Barros, também foram responsáveis pelo crescimento da boa reputação da música evangélica no Brasil. No caso de Aline Barros, ela floresceu como membro da Comunidade Evangélica da Zona Sul, com músicas ainda cantadas em muitas igrejas, como "Consagração" e sua anterior "Tua Palavra", ambas do compositor Wilson Santos.

Aline Barros lançou seu primeiro CD solo "Sem limites" ainda na década de 90 e muito bem recebida tanto no publico evangélico como secular e chegou a ser convidada por programas da TV secular, inclusive na rede Globo.

Mais ao final da década de 90, começou a aparecer o ministério de Louvor "Diante do Trono", que então chamou a atenção de todo o país com suas melodias fortes, letras tocantes e os momentos espontâneos muito explorados pelo ministério, além da chamada "Dança profética". O Diante do Trono realizava seus próprios eventos de gravação ao vivo anualmente em várias cidades do país e, com isso, seu crescimento foi significativo.

Todo o crescimento artístico evangélico começou a ter relevância no mercado musical secular, o que chamou a atenção de grandes produtoras como a gigante Sony Music, que mais tarde produziu muitos trabalhos evangélicos. Com isso, a qualidade das gravações aumentou para um padrão de qualidade americano. A questão da qualidade da gravação teve um impacto muito positivo, pois, devido a isso, alguns artistas evangélicos começaram a aparecer em rádios e programas de televisão seculares, divulgando ainda mais a música evangélica gospel no país.

Agora, com a divulgação da música gospel em massa e a grande troca de informações em relação à música evangélica americana e inglesa, além da música, os momentos de louvor também foram evoluindo, e agora começa a história do Worship.

A origem do Worship

A palavra inglesa "Worship" quer dizer "Adoração", ou ainda, o verbo "Adorar". Nos anos 90 em diante, a ideia de música de adoração era associada ao conceito (equivocado) de músicas lentas, que levavam à comoção. Foi um grande erro conceitual, já que a adoração é independente do estilo musical, mas falaremos sobre isso mais adiante.

Contudo, como "Worship" quer dizer adoração e o momento de louvor é chamado também de "momento de Adoração", era pertinente o vínculo das ideias (momento de louvor e Worship), pois são a mesma coisa. Trazendo as heranças da música gospel, o Worship compunha o mesmo estilo musical, mas agora temperado pelas novas tendências timbrais e melódicas. No entanto, muitos passaram a entender equivocadamente que o Worship era um novo estilo. Muitos associavam uma música de Worship como se fossem músicas lentas, já que no passado, as músicas lentas eram chamadas de "músicas de adoração". O Worship não é um estilo, mas sim um conjunto de técnicas musicais, cenários, danças e expressões que caracterizam a música evangélica atual e o momento de louvor da forma que conhecemos hoje. Podemos encontrar o momento Worship em estilos como rock (muito comum em artistas como Nívea Soares, Gabriela Rocha, Ministério de Louvor Diante do Trono, etc.), assim como em estilos como pop, soul e black music (estilos proeminentes do soul). Alguns até mesmo atribuem o blues, folk e country como Worship, mas, de acordo com os padrões Worship, desconheço bandas ou ministérios que toquem esses estilos em momentos Worship. Vamos agora falar sobre essas técnicas.

Técnicas musicais para a aplicação do Worship

Dentro dos arranjos musicais das músicas usadas no Worship, sempre vemos o mesmo padrão de timbres. As harmonias são sempre bastante básicas, com poucos acordes e normalmente são acordes simples, além de muitas repetições. Por exemplo, os PADS contínuos de teclado, que mantêm o mesmo acorde na música inteira, normalmente são voltados para timbres atonais, como "atmospheres" (o termo em inglês para atmosfera), que causam um grande efeito psicológico e proporcionam uma sensação emocional de desligamento físico, como se estivéssemos em um momento de êxtase e prazer emocional. Esses pads são normalmente acompanhados de cordas, como violinos, cellos e synths. Os pads criam uma ambiência que só vemos no tipo Worship ou em bandas psicodélicas. Por exemplo, a banda secular Pink Floyd e a cantora Enya, ambos artistas ingleses, apresentam essa ambiência (padrão timbral) em suas músicas. Como exemplos, podemos citar músicas como "A Great Day for Freedom" do Pink Floyd e "May It Be" da Enya. Músicas que, apesar de serem antigas, lembram muito os timbres e harmonias usadas nos arranjos do Worship atual. Devido à grande semelhança, chego a me perguntar se esses artistas não foram inspiradores para os primeiros arranjadores do padrão timbral e melódico no Worship.

Ainda em relação à questão do timbre, vemos as guitarras com grande volume de reverb¹ e delays², especialmente do tipo Shimes, que fazem com que a guitarra tenha uma certa semelhança com o som de teclado, também como um pad. Esse tipo de configuração de efeitos de guitarras era muito usado por David Gilmor (guitarrista do Pink Floyd).

¹ Reverb é um efeito largamente usado tanto para instrumentos como para voz. Ele emula um tipo de eco de repetições de curto comprimento de onda. Para exemplificar, basta você pensar como é cantar dentro de uma grande sala vazia ou dentro da igreja vazia. Os efeitos de reverb mais fortes, são aqueles que vemos em filmes, quando pessoas falam dentro de cavernas. ² Delay é outro tipo de eco, mas este já é caracterizado pela repetição distinta do som. Por exemplo, é o eco que repete um som ou uma palavra completa algumas vezes.

Das técnicas harmônicas e melódicas, vemos o uso quase constante de empréstimos modais e escalas em modo lídio, que causam uma sensação emocional de confusão entre alegria e tristeza. Essas escalas remetem a uma introspecção momentânea, com capacidade de evocar lembranças e nuances de fortes emoções. Em alguns casos, causam vontade de chorar sem saber qual é o motivo. Esse tipo de escala é frequentemente usado em trilhas sonoras de filmes que representam momentos tristes, românticos ou mágicos (de fantasia), como cenas de filmes de contos de fadas ou de ficção. Um bom exemplo disso é a trilha "The Wardrobe" do filme "As Crônicas de Nárnia" (Harry Gregson-Williams). Como efeito da associação com as imagens, quando uma pessoa ouve esses tipos de intervalos (lídio), então sente a mesma sensação motivada pela linha melódica.

Na harmonia, vemos quase sempre o uso de acordes maiores com 7ªM, 9ª, 11ª, 13ª, acordes menores com 9ª (que dão um toque sombrio), acordes tipo Sus e pouco uso de tensões como acordes dominantes com 7ªm e 9ª e acordes diminutos que criam a sensação de tensão. Os acordes tônicos quase sempre utilizam o intervalo de 9ª (e às vezes Sus 9), criando uma atmosfera branda e calma, relembrando uma sensação de filmes épicos com cenários de florestas, riachos e campos floridos.

Todo arranjo instrumental é criado para alcançar fortes emoções e envolver os ouvintes. Os arranjos instrumentais, combinados com ambientes de shows de luzes em movimento, cenários eletrônicos projetados em telas gigantes e cores mais escuras, como preto, e combinações de roxo, verde, vermelho e branco, criam um cenário perfeito para uma experiência emocional muito intensa. Independentemente do estilo musical tocado e do andamento (seja rápido ou lento), esses arranjos provocam fortes emoções que até levam alguns ao delírio.

No vocal, temos fraseados longos, incrementados com glissandos e melismas; além disso, temos também melodias extremamente repetitivas. Letras curtas são repetidas um grande número de vezes, fazendo com que essas músicas de adoração tenham uma grande extensão de tempo. Essas repetições fazem a música "entrar na cabeça e no coração"! É muito comum ouvirmos músicas de adoração com mais de 6 minutos de duração, e até mesmo mais (muito mais, em alguns casos!). Eu mesmo já ouvi uma faixa que chegava a incríveis 25 minutos!!!

Também é muito comum no Worship o canto espontâneo. Trata-se de uma parte da música que não faz parte da estrutura original e é improvisada durante a execução, utilizando melodias e letras instantâneas, normalmente dentro do campo harmônico da própria música executada ou simplesmente com a harmonia parada em apenas um ou dois acordes, ou uma repetição de alguma parte da música. Esses momentos espontâneos também usam letras com mensagens de autoajuda, cura, prosperidade, esperança, etc.

O tipo de mensagens no Worship também é algo peculiar. É muito comum no Worship encontrar músicas antropocêntricas, onde vemos uma grande utilização de mensagens do tipo: "Deus vai agir por mim", "Deus está ao meu lado", "Você alcançará", "Não desista dos seus sonhos", entre outras. Isso não é exatamente uma crítica, pois acreditamos (e está fundamentado na Bíblia) que Deus realmente luta por nós. No entanto, em uma nota pessoal, gostaria de enfatizar que o momento do culto é para adorar a Deus. Esse tipo de mensagem pode até ter base bíblica, mas não se trata de adoração. O ideal de músicas para o momento do Louvor são aquelas que exaltam a Jesus, que louvam o Seu Nome, ou seja, músicas Cristocêntricas. As outras formas de mensagem devem ser voltadas para a nossa edificação. Por exemplo, a música "Sonhos de Deus", de Ludmila Ferber, é uma mensagem poderosa de uma mulher de Deus, mas essa música não é um louvor; ela é uma mensagem para o ouvinte.

Vamos ver um exemplo. A música "Ousado amor" (Reckless love - Steffany Dawn Gretzinger / Caleb Culver / Ran Matthew Jackson / Cory Hunter Asbury. Ministério Bethel Music), interpretada por vários cantores e ministérios no Brasil. Vamos analisar a letra na versão em português:

Antes de eu falar
Tu cantavas sobre mim
Tu tens sido tão, tão bom pra mim

Antes de eu respirar
Sopraste tua vida em mim
Tu tens sido tão, tão bom pra mim

Oh, impressionante, infinito
E ousado amor de Deus
Oh, que deixa as noventa e nove
Só pra me encontrar
Não posso comprá-lo, nem merecê-lo
Mesmo assim se entregou
Oh, impressionante, infinito
E ousado amor de Deus

Inimigo eu fui
Mas teu amor lutou por mim
Tu tens sido tão, tão bom pra mim
Não tinha valor
Mas tudo pagou por mim
Tu tens sido tão, tão bom pra mim.

Traz luz para as sombras
Escala montanhas
Pra me encontrar
Derruba muralhas
Destrói as mentiras
Pra me encontrar

Observe que a letra gira em torno do ser humano. Ela não declara adoração a Deus. Como mencionei, a letra não deixa de ser bíblica, pois realmente Deus nos mostra através das Escrituras que Ele verdadeiramente luta por nós. No entanto, por ser uma mensagem e não um ato de adoração, é uma música que não se encaixa bem no momento de louvor. Essa observação é apenas para termos uma visão mais clara do que deve fazer parte do momento que reservamos para a adoração a Deus. Este tipo de mensagem tem sido muito aplicados aos momentos de louvor de nossas igrejas justamente pela falta de entendimento do que é uma música de adoração e louvor e uma música de reflexão ou mensagem.

Conceito

Worship não é um estilo musical; se define melhor como um padrão nos momentos de louvor, que envolve os tipos de arranjos aplicados, cenários e outras expressões. Não se refere necessariamente a músicas com andamento mais lento ou com temas tristes. É melhor definido como um conjunto de interações musicais que têm o propósito de convergir para a criação de músicas mais tocantes e reflexivas. Entre essas interações estão o uso de técnicas musicais, timbrais e efeitos psicológicos através de entonações, timbres e ambientes, além de músicas com vastas repetições de frases e cânticos espontâneos. O Worship pode ser incorporado dentro de praticamente qualquer estilo musical, desde que combine essas interações entre timbres, espontâneos e cenários.

Referências Worship no Brasil

Atualmente, observo poucos são os compositores de músicas cristãs aplicáveis aos cultos no Brasil. Quase tudo que cantamos hoje são covers de grandes ministérios de louvor especialmente americanos. Dentre estes, os mais conhecidos são: Hillsong United, Hillsong Australia, Bethel Church, Gateway Worship, Elevate Music, Michael W. Smith, Kari Jobe, Broke Ligerwood, Lauren Daigle, Jesus Culture, etc.

O uso do Worship trabalha as emoções de maneira profunda, com o objetivo de criar canções mais tocantes. Contudo, isso não pode ser visto como uma prática negativa. O que está na essência do momento de louvor é o que faz toda a diferença. Se o Worship for usado com a intenção sincera de adorar a Deus, amém! Independente do estilo musical, o que está sendo cantado (me refiro à mensagem da música) e qual é a real intenção do ministro é que fazem a diferença, concluindo assim que o estilo musical pouco tem a ver com o propósito. Temos então uma linha separadora: se o momento Worship for genuíno (ou seja: adoração a Deus), não importa se você está tocando rock ou pop, a essência da adoração será transmitida da mesma forma. Por outro lado, mesmo uma música muito bem inspirada perde a essência se o ministro quiser ser o foco do louvor, em outras palavras, mudando de um momento de louvor para um show. Neste caso, Deus não está presente e o que você vai ver é um grupo de pessoas emocionadas e não tocadas.

A grande questão dos ministros de louvor é resistir à tentação de querer ser adorados ao invés de adorar. Muitos ministérios de louvor estão se perdendo porque não estão louvando a Deus de fato, mas estão buscando ser ídolos. Este princípio é preocupante.

Opinião

Worship envolve tudo o que usamos no momento dos cultos modernos. Como estou compartilhando minha opinião pessoal neste momento, devo dizer que não concordo com algumas coisas, como por exemplo, um momento de adoração com a igreja toda no escuro, luzes piscando e fumaça. Me pergunto, onde está o espírito adorador com esses efeitos? Acredito sim, que devemos explorar as emoções na música, porque a música tem esse poder, mas focar nisso é incoerente e foge a qualquer princípio bíblico de adoração.

Não sou um grande fã do Worship, mas não posso dizer que sou contra. Quando vejo que pessoas são edificadas (de verdade), para mim não faz muito sentido ser contrário à prática do Worship se o resultado for bom. Como já mencionei, não devemos aceitar tudo sem questionar, precisamos filtrar algumas coisas, mas acredito sim, que há muitas coisas boas dentro do Worship. É verdade que devemos ser cautelosos com o que ouvimos e o que cantamos. No meu caso, eu procuro sempre avaliar a mensagem da música, mas também a filosofia de vida do autor. Em minha opinião, um autor deve ser como um Salmista, ou seja, ele compõe aquilo que vive e não vive daquilo que compõe!

Portanto, um "worshiper" (adorador) pode usar esses padrões durante seu momento de louvor, mas deve se preocupar em sempre ser um adorador (não somente quando está cantando na frente de uma igreja). Fugindo um pouco do assunto, mas não do foco, um verdadeiro adorador dedica 100% de seu tempo à adoração. Ser um adorador significa dedicar-se a honrar a Deus em todas as áreas da vida. Uma pessoa que se diz adorador e não honra a Deus com suas ações, suas palavras e seu estilo de vida não é um adorador! Aquele que não honra seus irmãos não é um adorador. Uma pessoa que se diz adoradora e não se preocupa com suas interações pessoais, com suas ações fora da igreja, não se preocupa com seu vocabulário, com como suas vestimentas vão impactar aqueles que as veem (neste caso, falo especialmente para as mulheres), então essa pessoa não é um adorador. Muitos pensam que o fato de ministrarem louvor na frente de uma igreja "enganará" a Deus, na verdade, enganam a si mesmas. Andar com Deus, essa é a verdadeira essência da adoração.

Conclusão

Seja um adorador, independentemente do estilo que você queira ministrar em sua igreja. Uma igreja mais jovem provavelmente apreciará mais o modelo Worship, e se este método estiver gerando frutos verdadeiros - ou seja, cristãos com o coração completamente devoto a Deus e a Jesus - então permaneça nesse caminho e continue investindo. Se sua igreja preferir um estilo mais pentecostal no momento de louvor e isso for edificante para ela, continue assim. Se for mais ortodoxo, mas for edificante, continue, sempre se lembrando de que em todos os casos, a mensagem deve ser sempre bíblica essencialmente cristocêntrica, e que todos os seus serviços na igreja devem ser realizados com o coração voltado para Deus, pois isso servirá de exemplo quando você estiver no altar ministrando louvor. Você e sua equipe são ferramentas nas mãos de Deus e nunca devem se tornar ídolos para outros. Minha sugestão é que você não siga modismos. Sempre pense em como a igreja está recebendo o que você está ministrando. Se algo que você considera ser bom, mas não está trazendo bons resultados para a igreja, evite. Por isso, enfatizo a pergunta: está edificando a igreja? Se sim, então continue.

E para finalizar, outra sugestão: nunca tente imitar alguém no sentido de querer ser outra pessoa. Tenha pessoas como inspiração, ou seja, tente seguir os mesmos passos daqueles que o inspiram, mas não tente "ser eles". Vou dar um exemplo pessoal: minha linha de inspiração inclui alguns cantores como Rodolfo Abrantes, Juliano Son, Fernandinho, etc. Dos americanos, tenho como inspiração Zack Williams, Michael W. Smith, Kari Jobe, etc. Eles se tornaram minha inspiração pelo modo de vida que levam e pela seriedade com que encaram o Evangelho, e pela dedicação em usar seus talentos para propagar o Evangelho verdadeiro, sem se deixarem corromper pela fama. No entanto, apesar de admirá-los muito, não desejo "ser eles". Quero que as pessoas me identifiquem como eu mesmo e não como uma cópia de outra pessoa. Esta é uma sugestão que acredito que será válida para você também. Em conclusão, sempre busque uma vida de relacionamento perfeito com Deus, o qual só é alcançado através da oração, do jejum, do estudo das Escrituras e da comunhão com os irmãos, congregando e servindo sempre à Igreja com os talentos que Deus lhe deu.

Que Deus os abençoe, em Nome de Jesus.

02 de abril de 2024
Por Rogério Filho

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