Livro de Daniel - Aula 3



Introdução

No início do livro de Daniel, vemos o episódio do sonho do rei Nabucodonosor e sua preocupação. Nenhum mago da Babilônia pode interpretá-lo, mas Daniel recebeu sua interpretação e a revelou ao rei (cap. 2). Anos mais tarde, o próprio Daniel teve um sonho (cap. 7), do qual ele se atemorizou, e um anjo lhe falou sobre o significado aquelas revelações. Surpreendentemente, os dois sonhos falam da mesma profecia, a qual se cumpriu nos dias de Daniel e nos séculos posteriores, tendo sua conclusão final no século XIX, mais precisamente no ano de 1844. Vamos entender com detalhes cada um dos sonhos e suas interpretações segundo as Escrituras e suas comprovações segundo a história.

1. O Sonho de Nabucodonosor

Havia uma crença entre os povos antigos de que os sonhos eram revelações dos deuses e, se um sonho era esquecido, era um sinal de desgosto dos deuses em relação à pessoa que recebia o sonho. No início do capítulo 2, vemos que Nabucodonosor cai exatamente nessa questão, onde ele tem o sonho, mas não se lembra. Podemos perceber, por meio de sua preocupação, que ele temia estar causando desgosto para seus deuses.

"1 E no segundo ano do reinado de Nabucodonosor, o rei teve sonhos; e o seu espírito se perturbou, e passou-se-lhe o sono. 2 Então o rei mandou chamar os magos, os astrólogos, os encantadores e os caldeus, para que declarassem ao rei os seus sonhos; e eles vieram e se apresentaram diante do rei. 3 E o rei lhes disse: Tive um sonho; e para saber o sonho está perturbado o meu espírito. 4 E os caldeus disseram ao rei em aramaico: Ó rei, vive eternamente! Dize o sonho a teus servos, e daremos a interpretação. 5 Respondeu o rei, e disse aos caldeus: O assunto me tem escapado; se não me fizerdes saber o sonho e a sua interpretação, sereis despedaçados, e as vossas casas serão feitas um monturo" (Daniel 2:1-5)

Entendedo o conceito de magos e caldeus

Esses títulos se referiam a estudiosos da arte da astrologia no mundo antigo. A Babilônia tinha uma prática muito intensa desses estudos, levando-os inclusive a inspirar outros povos à mesma prática. Além de crerem que podiam prever o futuro através dos astros, eles também realizavam rituais de sacrifício animal para a revelação de diagnósticos de doenças ou para a interpretação de sonhos. Por exemplo, eles possuíam uma espécie de mapa de argila no formato do fígado de um carneiro, para ensinar aos alunos essas práticas. Esse "mapa" tinha pontos específicos, e para descrever algum mistério. Na prática, eles abriam um animal sacrificado, comparavam o fígado desse animal com as posições astrais, coloração de partes do fígado, e a partir daí, tiravam suas conclusões como diagnósticos de doenças, interpretações de sonhos e previsões do futuro. A técnica usada era comparar detalhes do sonho com cada ponto do fígado e, pelas ligações, dar as respostas. Por isso, os magos diziam ao rei: "Diga-nos o sonho e lhe daremos sua interpretação" (v. 4).




Curiosidade: Hepatomancia na Babilônia

  • Diagnóstico e Prognóstico Médico: Os babilônios acreditavam que os deuses podiam revelar a causa e a cura de doenças através do fígado de um animal sacrificado. O "barû" (adivinho) examinava o fígado em busca de anormalidades ou sinais específicos que indicassem a presença de doenças ou a vontade dos deuses sobre o paciente.
  • Previsões do Futuro: A hepatomancia era uma forma de divinação muito respeitada. Os adivinhos babilônicos usavam a forma, cor, textura e outras características do fígado para prever eventos futuros, incluindo questões políticas, militares e pessoais. Cada parte do fígado era associada a diferentes aspectos do mundo e da vida, e a interpretação desses sinais era uma arte complexa.
  • Modelos de Fígado: Para treinar e padronizar a hepatomancia, os babilônios criaram modelos de fígado em argila, que mostravam as diferentes partes do órgão e os possíveis sinais interpretativos. Esses modelos serviam como guias para os adivinhos em treinamento e como referências para interpretações mais complexas.

Como Daniel e seus amigos foram determinados pelo rei para aprenderem as práticas dos caldeus, muito provavelmente, aprenderam a hepatomancia. Aqui está a convicção destes jovens, pois mesmo sendo obrigados a aprenderem uma prática pagã que ia contra Deus, eles não deixaram Deus em nenhum momento.

Os caldeus são vistos de duas formas na história: a primeira como o povo caldeu e a segunda, como as pessoas especializadas nessas áreas de previsão do futuro, interpretação de sonhos e matemática. Por isso vemos na expressão do texto bíblico que Nabucodonosor mandou chamar os “caldeus”.

O sonho

O rei não se lembrava do sonho ou, talvez, não quisesse dizer para não cair em um engano daqueles que poderiam se aproveitar da situação. Os magos e astrólogos não podiam revelar o sonho ao rei, mas Daniel é introduzido à presença do rei e, através da revelação de Yaweh, o sonho e sua interpretação são revelados.

O primeiro passo de Daniel foi buscar em Deus a revelação do sonho. Para isso, ele chamou seus três amigos (Misael, Hananias e Azarias) e clamaram a Deus, como diz o texto:

“17 Então Daniel foi para a sua casa, e fez saber o caso a Hananias, Misael e Azarias, seus companheiros; 18 Para que pedissem misericórdia ao Deus do céu, sobre este mistério, a fim de que Daniel e seus companheiros não perecessem, juntamente com o restante dos sábios da Babilônia. 19 Então foi revelado o mistério a Daniel numa visão de noite; então Daniel louvou o Deus do céu.”
(Dn 2:17-19).

Uma observação importante aqui é a ação de Daniel. Deus havia lhe abençoado com o dom da revelação, porém ele clamava a Deus para lhe abençoar. Essa ação denota a consciência da dependência de Deus que Daniel reconhecia. Enquanto alguns entendem que seu conhecimento é suficiente para fazer tudo, Daniel, com seu talento, sabia que não poderia fazer absolutamente nada se não fosse pela misericórdia de Deus, e vemos isso em suas próprias palavras:

“27 Respondeu Daniel na presença do rei, dizendo: O segredo que o rei requer, nem sábios, nem astrólogos, nem magos, nem adivinhos o podem declarar ao rei; 28 Mas há um Deus no céu, o qual revela os mistérios; ele, pois, fez saber ao rei Nabucodonosor o que há de acontecer nos últimos dias; o teu sonho e as visões da tua cabeça que tiveste na tua cama são estes…” (v. 27-28)

Observamos nas palavras de Daniel que, em momento algum, ele se declara sábio para interpretar o sonho, mas honra a Deus pelo dom que lhe foi dado e atribui a Deus sua revelação. Quando Daniel tem a revelação do sonho, percebemos que Deus revelou cada detalhe do sonho de outra pessoa, neste caso, do rei. Segue o texto:

“29 Estando tu, ó rei, na tua cama, subiram os teus pensamentos, acerca do que há de ser depois disto. Aquele, pois, que revela os mistérios te fez saber o que há de ser.
30 E a mim me foi revelado esse mistério, não porque haja em mim mais sabedoria que em todos os viventes, mas para que a interpretação se fizesse saber ao rei, e para que entendesses os pensamentos do teu coração.
31 Tu, ó rei, estavas vendo, e eis aqui uma grande estátua; esta estátua, que era imensa, cujo esplendor era excelente, e estava em pé diante de ti; e a sua aparência era terrível.
32 A cabeça daquela estátua era de ouro fino; o seu peito e os seus braços de prata; o seu ventre e as suas coxas de cobre;
33 As pernas de ferro; os seus pés em parte de ferro e em parte de barro.
34 Estavas vendo isto, quando uma pedra foi cortada, sem auxílio de mão, a qual feriu a estátua nos pés de ferro e de barro, e os esmiuçou.
35 Então foi juntamente esmiuçado o ferro, o barro, o bronze, a prata e o ouro, os quais se fizeram como pragana das eiras do estio, e o vento os levou, e não se achou lugar algum para eles; mas a pedra, que feriu a estátua, se tornou grande monte, e encheu toda a terra.
36 Este é o sonho; também a sua interpretação diremos na presença do rei.
37 Tu, ó rei, és rei de reis; a quem o Deus do céu tem dado o reino, o poder, a força, e a glória.
38 E onde quer que habitem os filhos de homens, na tua mão entregou os animais do campo, e as aves do céu, e fez que reinasse sobre todos eles; tu és a cabeça de ouro.
39 E depois de ti se levantará outro reino, inferior ao teu; e um terceiro reino, de bronze, o qual dominará sobre toda a terra.
40 E o quarto reino será forte como ferro; pois, como o ferro, esmiúça e quebra tudo; como o ferro que quebra todas as coisas, assim ele esmiuçará e fará em pedaços.
41 E, quanto ao que viste dos pés e dos dedos, em parte de barro de oleiro, e em parte de ferro, isso será um reino dividido; contudo haverá nele alguma coisa da firmeza do ferro, pois viste o ferro misturado com barro de lodo.
42 E como os dedos dos pés eram em parte de ferro e em parte de barro, assim por uma parte o reino será forte, e por outra será frágil.
43 Quanto ao que viste do ferro misturado com barro de lodo, misturar-se-ão com semente humana, mas não se ligarão um ao outro, assim como o ferro não se mistura com o barro.
44 Mas, nos dias desses reis, o Deus do céu levantará um reino que não será jamais destruído; e este reino não passará a outro povo; esmiuçará e consumirá todos esses reinos, mas ele mesmo subsistirá para sempre,
45 Da maneira que viste que do monte foi cortada uma pedra, sem auxílio de mãos, e ela esmiuçou o ferro, o bronze, o barro, a prata e o ouro; o grande Deus fez saber ao rei o que há de ser depois disto. Certo é o sonho, e fiel a sua interpretação.”
(Dn 2:29-45)

Vemos aqui o sonho revelado de uma estátua dividida por fases de reinos, começando pela Babilônia. Os próximos reinos que viriam seriam tempos à frente, dos quais Daniel ainda viveu na época de um, que foi o Império Persa, e os outros dois vieram séculos depois. Mas essa revelação não acaba aqui. Muitos anos depois, Daniel tem um sonho que também fala de quatro fases que correspondem a quatro reinos. Desta vez, um já é passado, o outro está acontecendo e os próximos viriam depois dos dias de Daniel. Apesar do intervalo entre os sonhos de Nabucodonosor e Daniel, os sonhos possuem a mesma revelação. Então, vamos primeiro ao texto bíblico e depois à sua explicação:

Daniel cap. 7

“1 No primeiro ano de Belsazar, rei de babilônia, teve Daniel um sonho e visões da sua cabeça quando estava na sua cama; escreveu logo o sonho, e relatou a suma das coisas.
2 Falou Daniel, e disse: Eu estava olhando na minha visão da noite, e eis que os quatro ventos do céu agitavam o mar grande.
3 E quatro animais grandes, diferentes uns dos outros, subiam do mar.
4 O primeiro era como leão, e tinha asas de águia; enquanto eu olhava, foram-lhe arrancadas as asas, e foi levantado da terra, e posto em pé como um homem, e foi-lhe dado um coração de homem.
5 Continuei olhando, e eis aqui o segundo animal, semelhante a um urso, o qual se levantou de um lado, tendo na boca três costelas entre os seus dentes; e foi-lhe dito assim: Levanta-te, devora muita carne.
6 Depois disto, eu continuei olhando, e eis aqui outro, semelhante a um leopardo, e tinha quatro asas de ave nas suas costas; tinha também este animal quatro cabeças, e foi-lhe dado domínio.
7 Depois disto eu continuei olhando nas visões da noite, e eis aqui o quarto animal, terrível e espantoso, e muito forte, o qual tinha dentes grandes de ferro; ele devorava e fazia em pedaços, e pisava aos pés o que sobejava; era diferente de todos os animais que apareceram antes dele, e tinha dez chifres.
8 Estando eu a considerar os chifres, eis que, entre eles subiu outro chifre pequeno, diante do qual três dos primeiros chifres foram arrancados; e eis que neste chifre havia olhos, como os de homem, e uma boca que falava grandes coisas.
9 Eu continuei olhando, até que foram postos uns tronos, e um ancião de dias se assentou; a sua veste era branca como a neve, e o cabelo da sua cabeça como a pura lã; e seu trono era de chamas de fogo, e as suas rodas de fogo ardente.
10 Um rio de fogo manava e saía de diante dele; milhares de milhares o serviam, e milhões de milhões assistiam diante dele; assentou-se o juízo, e abriram-se os livros.
11 Então estive olhando, por causa da voz das grandes palavras que o chifre proferia; estive olhando até que o animal foi morto, e o seu corpo desfeito, e entregue para ser queimado pelo fogo;
12 E, quanto aos outros animais, foi-lhes tirado o domínio; todavia foi-lhes prolongada a vida até certo espaço de tempo.
(Dn 7:1-12)

O próximo texto, o “Ansião de dias” revela para Daniel o que era o sonho. Vamos conferir:

“16 Cheguei-me a um dos que estavam perto, e pedi-lhe a verdade acerca de tudo isto. E ele me disse, e fez-me saber a interpretação das coisas.
17 Estes grandes animais, que são quatro, são quatro reis, que se levantarão da terra.
18 Mas os santos do Altíssimo receberão o reino, e o possuirão para todo o sempre, e de eternidade em eternidade.
19 Então tive desejo de conhecer a verdade a respeito do quarto animal, que era diferente de todos os outros, muito terrível, cujos dentes eram de ferro e as suas unhas de bronze; que devorava, fazia em pedaços e pisava aos pés o que sobrava;
20 E também a respeito dos dez chifres que tinha na cabeça, e do outro que subiu, e diante do qual caíram três, isto é, daquele que tinha olhos, e uma boca que falava grandes coisas, e cujo parecer era mais robusto do que o dos seus companheiros.
21 Eu olhava, e eis que este chifre fazia guerra contra os santos, e prevaleceu contra eles.
22 Até que veio o ancião de dias, e fez justiça aos santos do Altíssimo; e chegou o tempo em que os santos possuíram o reino.
23 Disse assim: O quarto animal será o quarto reino na terra, o qual será diferente de todos os reinos; e devorará toda a terra, e a pisará aos pés, e a fará em pedaços.
24 E, quanto aos dez chifres, daquele mesmo reino se levantarão dez reis; e depois deles se levantará outro, o qual será diferente dos primeiros, e abaterá a três reis.
25 E proferirá palavras contra o Altíssimo, e destruirá os santos do Altíssimo, e cuidará em mudar os tempos e a lei; e eles serão entregues na sua mão, por um tempo, e tempos, e a metade de um tempo.
26 Mas o juízo será estabelecido, e eles tirarão o seu domínio, para o destruir e para o desfazer até ao fim.
27 E o reino, e o domínio, e a majestade dos reinos debaixo de todo o céu serão dados ao povo dos santos do Altíssimo; o seu reino será um reino eterno, e todos os domínios o servirão, e lhe obedecerão.”
(Dn 7:16-27)

Quando lemos o livro de Daniel, não conseguimos perceber em uma primeira leitura que, na verdade, os sonhos de Nabucodonosor e a visão de Daniel se complementam. O sonho de Nabucodonosor traz uma revelação menos detalhada sobre os quatro reinos que viriam; já o sonho de Daniel explica melhor as quatro fases. Essas fases, no sonho de Nabucodonosor, são conotadas por quatro partes da estátua, e no sonho de Daniel, por quatro animais. Observe as relações:

FASES SONHO DE NABUCODONOSOR A VISÃO DE DANIEL
Primeira fase
(609 a.C)
A cabeça de ouro O Leão com asas
Segunda fase
(539 a.C)
Peito e braços de prata Urso com 3 costelas na boca
Terceira fase
(331 a.C.)
Abdome e quadris de bronze Leopardo com 4 cabeças
Quarta fase
(168a.C à 476 d.C)
Pernas de ferro /
pés de ferro e barro
Animal terrível e espantoso com
dez chifres

No caso da quarta fase, vemos que há um destaque para os dez dedos dos pés; no sonho de Daniel, há um destaque para os dez chifres do animal. É curioso que ainda há um complemento dessa revelação no livro de Apocalipse, capítulo 17, e para entendermos tudo isso, vamos ter que passar pela história.

1. Cabeça de ouro / Leão com asas

No ano de 612 a.C., Nabucodonosor derrotou o Império Assírio rapidamente e de forma definitiva. O Leão passou a ser o ícone do Império Neobabilônico. Isso se deu porque o Leão era visto como um predador feroz e intimidador, o que combinava muito bem com a Babilônia. As asas de águia conotam ser um grande predador do ar e por sua velocidade. O Império Neobabilônico emergiu rapidamente e conquistou muito em um intervalo de tempo muito curto, tornando-se a maior potência do mundo antigo após derrotar a Assíria.

No sonho de Nabucodonosor, a cabeça de ouro representava ele mesmo, simbolizando o Império Neobabilônico, enquanto na visão de Daniel, o símbolo era o Leão com asas de águia que também representava o império babilônico. O período do Império Babilônico duraria até o fim do exílio babilônico, que perdurou por 70 anos (de 609 a.C. a 539 a.C.) cumprindo a profecia de Jeremias capítulo 25. Em 609 a.C., iniciou-se a primeira investida contra Judá, quando foram levados os nobres, incluindo o rei Jeoaquim, Daniel e seus amigos. Em 597 a.C., ocorreu uma nova investida da mesma forma que a anterior, e em 586 a.C., foi a investida mais pesada, época em que Jerusalém foi destruída, juntamente com seu Templo.

2. Peito e braços de prata / O Urso

No ano de 539 a.C., o rei Nabonido estava no reinado da Babilônia, mas seu filho, Belsazar, ficava como rei interino devido às suas constantes ausências do reino. A Pérsia tinha uma aliança com os povos medos, e ambos estavam crescendo. Temendo isso, a Babilônia fez uma aliança com o Egito e se levantou contra a Pérsia, mas foi mal sucedida. A Babilônia foi derrotada e os cativos hebreus de Judá agora estavam sob autoridade persa. Quem assume o reinado agora é Ciro II.

Uma curiosidade é que o nome de outro rei aparece no livro de Daniel após a conquista medo-persa: o rei Dario. Devido à aliança entre a Média e a Pérsia, o rei medo, Dario, também tinha autoridade sobre a derrotada Babilônia. É importante ressaltar que este Dario mencionado no livro de Daniel não é o mesmo que Dario I.

No sonho de Nabucodonosor, essa fase era representada pelo peito e os braços de prata, metal inferior ao ouro, indicando que seria um império menor do que a Babilônia, tanto em conquistas quanto em coesão, mas ainda assim muito forte por seu valor.

Já no sonho de Daniel, essa fase é representada por um urso com três costelas na boca. As costelas simbolizam os três impérios destruídos pela aliança medo-persa, que foram a Lídia (546 a.C.), Babilônia (539 a.C.) e Egito (525 a.C.), durante os reinados de Ciro II e posteriormente Cambises II.

O imperador Ciro II ficou conhecido como Ciro, o Grande, devido à sua experiência como estrategista militar. Isso fez com que a Pérsia crescesse muito, dominando vastas extensões de terra e impérios. Isso justifica a frase do texto “...Levanta-te, devora muita carne” (Dn 7:5). De fato, a Pérsia foi um dos maiores predadores do mundo antigo.

3 - Abdome de bronze / O Leopardo

O Império Macedônico está em ascensão. Ele foi assumido pelo famoso Alexandre - o Grande no ano de 336 a.C. Alexandre tinha grande habilidade e estratégia, o que lhe permitiu conquistar com rapidez e voracidade. O império que incomodava os gregos era o Império Persa, que estava em decadência. No ano de 331 a.C., seu rei Dario III foi morto, concluindo a derrota do Império Persa. Agora estamos na fase do Abdome de bronze ou Leopardo de quatro asas.

Alexandre, o Grande, era um poderoso líder militar, mas a história conta que ele era um imperador devasso, obcecado por prazer, e há informações de que a causa de sua morte pode ter sido devido ao excesso de bebidas ou até mesmo assassinato. Outras fontes indicam que ele provavelmente morreu de febre tifoide, uma doença fatal na época.

“Segundo contam fontes históricas, Alexandre, o Grande, ficou doente após participar de uma série de festas e banquetes na casa de um amigo, enquanto estava na Babilônia. A festa farta em comida e bebida, terminou com o imperador passando mal e morrendo em junho de 323, informa Britannica. Não é confirmado, no entanto há suspeitas se ele já sofria de alguma doença, como malária, febre tifóide, por exemplo, ou se teria sido assassinado com veneno”

4 - As pernas de ferro / O animal espantoso

Esta fase é dividida em duas partes. Uma representa um império forte e muito poderoso que sucede a fase anterior, ou seja, o abdome de bronze (Macedônia/Grécia). Posteriormente, porém, esse império se divide em duas partes distintas. Então, veremos os pés de ferro e barro com seus dez dedos, ou os dez chifres do quarto animal.

continua na próxima semana



Referências:

  • Brasil Escola; Persas.
    URL: https://brasilescola.uol.com.br/historiag/persas.htm
  • História do mundo; Alexandre o Grande.
    URL: https://www.historiadomundo.com.br/grega/dominio-da-macedonia.htm
  • Igreja Adventista do Sétimo Dia; As quatro bestas de Daniel.
    URL: https://www.adventistas.org/pt/espiritodeprofecia/4-bestas-de-daniel-capitulo-7/
  • Nossas letras e algo mais; Daniel 7: A visão do Quarto Animal (parte 1).
    URL: https://www.nossasletrasealgomais.com/2012/11/07/daniel-7-a-visao-do-
    quarto-animal-parte-1/

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